Quando você se livra de todos os apegos egoístas, quando acredita que o amor é o núcleo de sua natureza, sente uma paz completa. Nessa paz existe uma semente de doçura percebida no âmago do coração e, a partir dessa semente, com paciência e devoção você nutre o supremo estado de alegria, conhecido como êxtase. Em termos espirituais, amar é simplesmente natural, pura consciência, puro amor, puro espírito. Nós distraímos o amor pela atração sexual, emoções instáveis e dogmas religiosos. O motivo de não nos sentirmos completamente amados e dignos de amor é não nos identificarmos com a nossa natureza espiritual. Nosso senso de amor perdeu a única coisa que não poderia ser deixada de lado: nossa dimensão mais elevada. Como restaurar essa parte perdida de nós mesmos? A dúvida reflete o ego que está preso no tempo e no espaço; o amor reflete a divindade. Portanto, o caminho para o amor não é uma escolha, pois todos nós precisamos descobrir primeiramente quem nós somos. O caminho pode ser adiado, você pode perder fé nele, ou até mesmo perder a esperança na existência do amor. Nada disso é permanente: só o caminho.
Para nos conhecermos precisamos responder primeiramente a pergunta: O que nos torna humanos? Seria a cultura? Inteligência? Linguagem? Humor? Para o prêmio Nobel alternativo de economia Manfred Max-Neef seria a estupidez, já que os animais ditos irracionais não fazem coisas estúpidas como a destruição sem sentido. Para Albert Einstein duas coisas parecem infinitas: O Universo e a Estupidez Humana. Essa estupidez seria devido a agressão passiva, traduzida pela indiferença dos que não se importam com o bem comum e causa humana. Para Mahatma Gandhi a estupidez é considerada a pior e mais destrutiva doença. Nosso problema é que criamos um conceito de "normose" ou normalidade pelos sistemas corrompidos e o indivíduo ajustado a esse sistema torna-se normal.
Cada vez mais é possível verificar na população brasileira essa "normose", falta de amor e estupidez. O ego se manifesta em cada atitude de desprezo pelo outro nos transportes e espaços públicos. Mas o mesmo indivíduo que age dessa forma reclama da humanidade. Eu tenho o hábito de reparar nos carros das pessoas os adesivos de religião. Principalmente quando desrespeita as leis de trânsito e os pedestres. Outro dia, ao atravessar a faixa de pedestre na Vila Mariana pude presenciar um motorista que nem se apercebeu de minha existência. Fiquei a pensar que se ele estivesse fora dessa "normose", daria passagem, primeiramente a minha pessoa, e quando olhei para o carro encontrei uma marca da mesma filosofia e organização que sigo. Isso me fez refletir muito, inclusive em minhas próprias atitudes, pois esse estado de "normose" para a ausência do outro está arraigado até naqueles que praticam religiões e filosofias virtuosas.
A prática do amor ajuda na recuperação. Quantas experiências relatadas de uso de animais, como cães, em lares idosos e hospitais, os palhaços e músicas tocadas em ambientes de saúde para melhorar a condição do doente? Essa postagem é apenas um convite para buscar o amor dentro de nós mesmos e olhar para o outro com respeito e dignidade, sair da "normose doentia" e não esperar acontecimentos externos para sermos felizes. Vamos nos aproximar mais do amor profundo por nós mesmos, pelo planeta, pelos habitantes desse planeta. Não vamos apenas nos indignar com o estado normal de estupidez que se estabeleceu na maioria, mas vamos buscar em nós mesmos se não estamos também refletindo esse estado. Quando deixamos de culpar a falta de amor dada pelas outras pessoas a nós mesmos, estaremos no caminho certo para o amor espiritual que se liberta da análise do ego e se desprende de qualquer dogma.
CREM, ROBERTO. Compreensão: convergência entre o Saber e o Ser. UNIPAZ | Portal do Campus Rio. Disponível em: http://www.unipaz.com.br/compreensao.html
CHOPRA, DEEPAK. O caminho do amor. Editora Rocco. São Paulo. 1999
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